sábado, 4 de abril de 2009

ésódizer:

"It just takes a really long time to turn these amorphous turds of rock songs into something that lasts and is interesting and has elbows and is special."

Aaron Dessner (The National)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

De Braga a Nova Iorque, vem aí a onda de choque

Embora já algo tardiamente, gostava também eu de me pronunciar sobre "o lance" mais polémico dos últimos tempos e respectiva onda de choque de proporções dantescas, até porque o presenciei ao vivo.

Tudo aconteceu no palco do Maxime e vale a pena revê-lo em pormenor:

Depois de uma boa entrada em jogo, Samuel Úria acumulava já vários lances perigosos (com destaque para o espectacular remate à barra de "O Meu Caixão") e o golo adivinhava-se para breve.
Mas o moleque Úria não é de ficar à espera e dando mostras de uma polivalência táctica assinalável, muda de esquema e senta-se ao piano (é justo lembrar a pública falta de condições de que o atleta dispõe para treinar, nomeadamente de um piano em casa para praticar), juntando-lhe ainda uns desconcertantes óculos escuros, a evocar velhas lendas do desporto-rei, como o saudoso ponta dos Georgia KKK, Ray Charles ou o famoso volante canarinho dos anos 70, Stevie Wonder.
E eis que depois de tentar uma finta ou duas, inesperadamente, Úria arranca "o lance". Dos tais que só se vêem uma vez na vida e só ao alcance dos predestinados. Kim Wilde como nunca a esperariamos ver nos relvados nacionais, a dizer as verdades que nenhum comentador se atreve, "Somos os Putos na América".
Com uma bota, o virtuoso Úria chutou para fora todas as tentativas anteriores de abraçar o sonho americano (sim, é ridícula a sua insipiência numa perspectiva pós-"o lance"), enquanto que com a outra, com a bola bem colada na ponta, serpenteou ligeiro por entre as pernas dos adversários, qual cascavel nas areias quentes do Mojave, até ao duelo final com o guarda-redes adversário (de uma envergadura impressionante, fazendo lembrar uma sequóia gigante banhada pelo sol da Califórnia).
O resultado final é o que todos sabemos, jogada de antologia, que reverbe-ra-rá para sempre nas paredes do Maxime.
Nas palavras de Luís Freitas Lobo: "Que Deus o guarde!




P.S. - De realçar a qualidade da oferta musical do Maxime, que se vê nos pormenores. Consta que para quem teve o privilégio de assistir ao concerto lá mais para trás, junto ao balcão, teve direito a vários duetos entre Samuel Úria e B Fachada, em estéreo...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Editorial

C de Croché e Carlos Boto num diálogo de surdos. Acima de tudo, muita informação inútil para usar naquelas festinhas, de gente muito madura, a conversar com o copo de uísque na mão. E que melhor dia podem dois Homens querer para começar um blogue?